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Impedimento de exercício de patrocínio

 

PARECER 

 

Assunto : Impedimento de exercício de patrocínio

 

Relator : Dra. Teresinha Lopes, membro do Conselho Nacional da Ordem, Advogada

 

I. Os Factos

 

1.     O colega A solicitou um parecer à OAA, sobre se deve ou não ser considerado impedido de participar no processo nº -----, que corre os seus termos no Tribunal provincial de ------ e no qual aparece como advogado do Réu X,  Director da Empresa Nacional de ---------, em --------.

 

2.     O Tribunal de ------- entendeu que o colega não podia representar o réu neste processo, em virtude de – na qualidade de jurista da mesma Empresa Nacional /Luanda - ter, há cerca de 2 (dois) anos, integrado uma Comissão de Inquérito, nomeada a propósito de uma carta anónima imputando ao ora réu daquele processo diversos factos.

 

Entende, assim, o tribunal que o colega não pode participar agora no processo como defensor do réu, por “ter tido intervenção no aludido processo enquanto perito” e que, por isso, “está, à luz do disposto nas alíneas b) e c) (do artigo 5º) da Lei nº 1/95, de 6 de Janeiro, impedido de exercer o patrocínio judiciário no presente processo crime”.

 

3.     Como o colega reconhece, os factos que integram a acusação do presente processo são os mesmos que constavam da carta anónima que deu origem ao “inquérito disciplinar” no qual participou.

 

4.     O colega A alega não se encontrar impedido de defender o réu pelas seguintes razões:

 

a)     O relatório do inquérito que, na altura, subscreveu “não deu início ao processo crime” e os factos da acusação “não sãos os mesmos que constam do relatório”; e

 

b)     “Quem acusa é o Ministério Público” e no inquérito ele não representou o Ministério Público, mas a Empresa Nacional ------.

 

 

II. Apreciação

 

5.     Parece-nos que a interpretação das alíneas b) e c) do referido artigo 5º da lei da Advocacia não poderá ser estrita e literal, devendo procurar ver-se os seus objectivos e fundamentos.

Assim, relativamente à alinea c) parece evidente que a expressão “nos mesmos processos” deve ser entendida como referindo-se a todos os processos conexos, sejam criminais ou não, que tenham os mesmos fundamentos ou assentem nos mesmos factos.

 

Por outro lado, e relativamente à alínea c), o entendimento de “parte contrária” deve igualmente ser interpretado de forma ampla. No presente caso, a acusação é deduzida pelo Ministério Público, em representação do Estado, Estado esse a que pertence a Empresa Nacional ----, como empresa estatal ou empresa pública.

 

6.     Assim, se “a matéria da acusação são factos que constavam da carta anónima” sobre os quais o colega “na qualidade de jurista da empresa tinha feito um inquérito disciplinar (interno) e emitido um parecer...”, parece-nos que interveio no processo, na qualidade de perito e em representação da parte contrária e, por consequência, está impedido de exercer o patrocínio.

 

 

 

Luanda, 06 de Maio de 2004

 

Aprovado pelo Conselho Nacional, em 03 de Junho de   2004 

CONSELHO NACIONAL (+244) 922 880 025

SECRETARIA GERAL:  (+244) 927 646 965

CONTABILIDADE (+244) 999 410 082  

 

PAGAMENTO DE QUOTAS

COORDENADAS BANCÁRIAS

 

NOME: Ordem dos Advogados de Angola

BANCO: Banco de Fomento de Angola - BFA

CONTA Nº: 489328/30/002:

IBAN: AO06 0006.0000.0048.9328.3026.3

 

      CONVOCATÓRIA 4º Exame

 

 

  

               

PLANTÃO DE SERVIÇO AOS ADVOGADOS

NOTA DE IMPRENSA
Membros da Comissão Nacional das Prerrogativas da OAA tomam posse.
O bastonário da Ordem dos Advogados de Angola (OAA),  Luís Paulo Monteiro, conferiu nesta quinta-feira, 14, em Luanda, posse aos membros que compõem a Comissão Nacional de Prerrogativas.
Nomeada pela Conselho Nacional da OAA, a Comissão Nacional de Prerrogativas é composta por 12 membros efectivos e 3 suplentes. Tem uma vigência de 2 anos sendo renovada por igual período de tempo, mediante o parecer da Conselho Nacional da OAA .
A comissão, que é coordenada pelo Dr. Vicente Pongolola, Conselheiro Nacional da OAA tem como tarefas promover e difundir as prerrogativas legalmente e estatutárias assistidas aos advogados, promover a educação técnica, profissional e pedagógica com as distintas instituições; emitir pareces sobre as prerrogativas dos advogados, intervir sempre que esteja em causa a violação de quaisquer prerrogativas dos advogados junto dos órgãos judiciários ou judiciais, ou ainda em instituições públicas e privadas, assim como acompanhar junto dos órgãos essenciais da administração da justiça todos os processos que estejam a correr contra os advogados e advogados estagiários.
 
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